2011, 13 de Fevereiro
Após várias trocas de e-mails e o teu contacto escrito num deles, permiti-me enviar uma mensagem escrita para nos encontrarmos.
Recordo-me de pensar muito e equacionar qual seria a melhor opção, se queria realmente conhecer-te ou se seria simpático apenas manter-te como leitora do meu blog.
Era novo, o blog. Ainda não tinha feito um mês. Atreveste-te a enviar-me um e-mail. Eu respondi, tu respondeste, eu respondi, tu respondeste, repetindo este processo umas dezenas (arrisco-me a pensar em centenas) de vezes.
Estava sol, apesar do frio. As crianças brincavam na relva. Eu estava bem-disposta, embora pairasse na minha cabeça o desejo de te enviar uma mensagem escrita. Olhava em redor, ouvindo um diálogo em língua estrangeira, observava a minha companhia e pensava se seria justo este meu comportamento, este meu desejo.
Teria ido longe demais? Sentei-me na esplanada, passei os olhos pela ementa e só me apetece um vinho verde bem fresco. É inverno, mas apetece-me. Peço um queijo seco e o vinho. Decido-me mais tarde por um salmão grelhado. Enquanto bebericava o vinho, olhava para as pessoas que me acompanhavam e recordo-me de sorrir, e mostrar-me interessada. Mas, estava longe. Sorria para a ideia que vinha a formar, para a ideia do envio da mensagem, do seu conteúdo, da data e da hora.
Quando o salmão chegou, já a mensagem estava escrita e pronta a ser enviada. Sorri, dei um trago no vinho e voltei a sorrir.
Acedo ao e-mail, retiro o número de telemóvel e selecciono a tecla: enviar.
Volto a dar um trago no vinho, volto a sorrir. Não havia volta a dar, acabei de te dar o meu número de contacto.
Retirei o som do telemóvel, coloquei-o no bolso do casaco e tentei esquecer-me que esperava uma resposta tua. Não queria passar o almoço inteiro na expectativa, mas passei. Não hesitaste em responder. E eu não hesitei em marcar para o dia seguinte o nosso encontro.
Esse dia, o 13 de Fevereiro de 2011. Nesse dia, no 13 de Fevereiro de 2011.
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