segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Inspi_Razão

Falho muitas vezes. Mais do que queria. Não pensamos todos assim?
Em Junho disse que lhe ligava para jantarmos. Os meses passaram, eu fui e vim, e não liguei.
Não porque me esqueci, não porque não tinha interesse. Às vezes privo os outros de estarem comigo, sem maldade. Apenas por puro egoísmo. Desvalorizo a minha companhia em relação aos outros, e sobrevalorizo a minha companhia em relação a mim. Eu preciso de mim. Os outros, não precisam tanto.
Na quinta-feira ela envia-me mensagem para estarmos juntas, ao que respondi imediatamente que sim, ela que marcasse hora e local e eu lá estaria. Sem limitações.
No sábado, ao chegar ao Lx Factory, lá estava ela, na esplanada à minha espera para o café e para o almoço prometido.
Assim que a avistei, ela levantou-se de imediato e veio a correr (literalmente) na minha direcção. Abraçou-me e o sorriso, esse, vinha de dentro e trespassava as lentes dos óculos que exibia. Estava visivelmente feliz por me ver. E eu, também.
Gosto muito dela, é uma pessoa muito importante na minha vida. É das pessoas mais inteligentes que conheço. Costumo chamar-lhe "génio".
Eu sempre achei que aprendi mais com ela do que ela comigo. Mas as suas palavras começam a alterar a minha percepção. Diz-me o que fez nos últimos meses e em que ponto se encontra neste momento. Precisava urgentemente de me ver e falar comigo. Serei assim tão importante na vida dos outros? Eu, que raramente me levo a sério, como poderão os outros fazê-lo?
Diz-me que sou a única pessoa que a entende, além da namorada.
Pergunto-lhe o que é que ela quer fazer, qual o rumo dela? O que é que ela sabe realmente fazer? No que é que ela se distingue? Do que é que gosta? Quais os sonhos?
Começo a explicar-lhe por metáforas algumas situações, dou-lhe exemplos. Explico-lhe que Portugal é um país pequeno. Falo-lhe de PIBs e faturações mensais de algumas empresas. Falo-lhe de gestão, marketing, finanças e questões legais. Falo-lhe de custos, proveitos, matérias-primas e mão-de-obra.
Convida-me para ser sócia dela. O negócio? Eu que pense nisso. Eu que me dedique a desenhá-lo e ela alinha. Assim, às cegas. Diz-me que precisa de mim para ser sócia dela, não pode fazê-lo com mais ninguém. De certo modo fico contente, além de minha amiga, já foi minha colega de trabalho. Conhece-me bem, conhece as minhas capacidades. Sinto-o como um elogio.
Lanço-lhe três ideias. E elas ficam... no ar.
Vamos ver a exposição.
Aquele sítio é fantástico, saímos de lá revigorados, é inspirador. Saio de lá e só quero é escrever tudo o que me passa pela cabeça. Tudo.
Ainda assim almoçamos e ficamos por lá até fim da tarde.
Depois, segue-se o regresso a casa e a digestão de tudo o que se absorveu durante o dia no Lx Factory. Vou querer lá voltar. E quero fazer tanta coisa. Trago de lá tantas ideias...
E assim... começa a construção de um plano de negócios.
Bem haja, Conceição. O meu 18 foi merecido! Não disse que o iria aplicar?!


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