Nunca o Português do Brasil me tinha soado tão bem, em uníssono com um cool jazz que se ouvia em tom de fundo.
O magret de pato sabia a fel, sabor esse que se foi infiltrando ao longo da refeição. Ao longe a ponte 25 de Abril, iluminada a contrastar com o escuro da noite. O Cristo-Rei, inerte, não conseguiu alterar o sabor instalado no prato. Seria mousse de manga ou puré de cenoura o que acompanhava o pato? Que confusão, tal não era a mistura de sabores que se fundiam no paladar...
Mas o fel, maldito fel, aquele fel... tão familiar, tão estupidamente familiar... Sempre presente, tão passado... A melodia do Português do Brasil a subir de tom, a tornar-se cada vez mais doce ao tocar o ouvido... Ah! Luz ofuscante da ponte! Cristo, porque não te apagas?... Valha-nos a árvore repleta de flores lilases! A lua? Essa, escondia-se atrás de uma chaminé, deixando ficar apenas uma presença ligeiramente ausente. E assim me rendi, enquanto me abraçavas e me sussuravas palavras do nosso léxico reservado, encostadas num corrimão, numas escadarias quaisquer... tornando o momento único.
E o fel... ao que sabia o fel? Havia fel?... Não! Desta vez não, já não...
6 comentários:
Muito bem descritos esses teus momenos...doces..um bom fim de semana...
A felicidade acontece! E o fel desaparece.
Gosto muito da forma como escreves!
Conseguiste pelas tuas palavras transportar-me para o local.
Que o mau se desvaneça e que o bom permaneça.
Abraço ilhéu.
Gostei. ;)
Ola! Passei para visitar-te e desejar um bom fim de semana.
Gostei de ver Lisboa pelas tuas palavras e o toque de doçura do momento torna-a mais especial. =)
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