Falo-lhe das viagens que fiz, de gastronomia, das populações.
A temperatura ronda os 35 graus. A sala é fechada. Tem 9 fumeiros e 6 estufas. Estamos aqui vai para lá de 6h...
Agarro num gancho que na ponta agrupa outros 4 ganchos. Volto a lavar as mãos com álcool. Apetece-me cravar os ganchos na mão. Diz-me que sou viciada em álcool. Gastei toda a garrafa a lavar as mãos. Mais de 20 vezes... Não cravei os ganchos na mão.
Já não suporto o cheiro a enchidos. Já não suporto o calor, já não suporto este corpo. Já nem consigo sorrir.
Convida-me para almoçar, o que de imediato recuso.
Só me questiono como vou suportar este cheiro a enchidos fumados no corpo o resto do dia...
É de uma simpatia extraordinária. E de uma cultura digna de registo.
Estou inquieta, odeio ficar a ver os outros a trabalhar. Peço para refazer os cabos, peço-lhe a máquina de solda. Vejo um olhar assustado, mas acaba por sorrir e passa-me o ferro de solda. Refaço o cabo nas duas extremidades. Fiquei satisfeita e vejo uma boca aberta de espanto.
Testamos, está tudo funcional. Peço que recolha o material e afasto-me.
Assino a documentação e despeço-me, fazendo o acompanhamento até à saída.
Retiro o capacete e dou-lhe um aperto de mão.
"- Até à próxima, Bruno! Gostei de o conhecer. Cumprimentos à mulher e ao filho. Prometo que vou à loja de produtos moldavos para comprar os chouriços e a sopa."
"- A terra lá (na Moldávia) é tão fértil que se pode barrar no pão e comer."
Bruno
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