sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Eu é ... bolos

Sou uma excelente cozinheira, das melhores que conheço. Acho que está no ADN, nasceu comigo.
Desde entradas, a sobremesas... idealizo e realizo.
Não sou uma pessoa de ver receitas, seguir receitas, etc... faço como acho que funciona. Consigo olhar para os alimentos e associar sabores, cores e texturas, sem recorrer a experts. É algo que, não consigo explicar, está em mim. Faz parte da criatividade, aliada à qualidade e bom-gosto.
Sou óptima a recriar pratos e a aproveitar tudo o que resta no frigorífico, despensa, etc, sempre com um ar "gourmet", é... muito meu.
Se há algo que me dá prazer, é comer.

Ontem decidi fazer um bolo, a última vez que realizei esta proeza foi na década anterior, a pedido da minha "sogra", que já não o é.
Aproveitei ter ido trabalhar para o escritório (conviver com os colegas) e quando saí, passei no Hipermercado.
Sempre que lá vou no final do dia, encontro o A. a passear no Centro Comercial. Além de viver e trabalhar perto de mim, a namorada trabalha lá.
Não tem a ver com o tema, mas deixo no ar: com este calor, eu ainda de calções (só não ando de chinelos porque os deixei (dei) em Luanda) e vejo pessoas com camisolas, vestidos de lã e collants.
Que se passa? Têm tanta urgência em usar a roupa que compraram em Agosto no início da colecção Outono-Inverno?
Não vou largar os calções até estar frio, nem que seja Janeiro. Não vivo em função das estações, e não sei o que é estar frio desde Março.
Voltando ao assunto, compro peixe para cozinhar para o jantar, e decido que vou fazer um bolo. 
Começo a olhar para as prateleiras e a recolher o que acho ser necessário para a confecção do bolo.
Vou para a prateleira da farinha e fico estarrecida ao ver o inúmero leque de farinhas que existe... Só quero farinha... qual escolho?... Arghh... pego na que tem fermento (soa-me bem) e trago.
Chego a casa, trato do jantar e começo a colocar os ingredientes em cima do balcão. Pego na batedeira, mas rapidamente coloco-a no lugar. Vou buscar o liquidificador e ouço-a: 
- Os bolos não se fazem no liquidificador, tens que usar a batedeira. 
Super-empenhada naquilo que estou a fazer, apenas respondo: 
- Achas que sou boa cozinheira? Então confia.
- Eu não gosto desse tipo de bolos.
- Mas já alguma vez provaste?
- Não, ninguém faz bolos no liquidificador!
- Eu faço! - Fico a sorrir com o meu ar confiante (confiançuda).
Começo a colocar os ingredientes dentro do copo do liquidificador e a pensar se realmente era boa ideia, mas já tinha decidido antes, não iria desistir.

O resultado foi um excelente bolo, o melhor que já fiz até hoje (a sentir-me confiançuda).
E mais, além dela ter gostado, ainda repetiu. Parece que afinal gosta deste tipo de bolos.
Porque dizemos que não gostamos antes de provar, ver, ou ouvir? Porque dizemos "não", antes de dizer "sim"?!
 
Como o bolo já acabou, não posso colocar a foto. Fica a ideia. 

A ideia de fazer o bolo surgiu de uma conversa que estava a ter com um colega à tarde, ele em 3 minutos utilizou frases como "com papas e bolos se enganam os tolos", "para mentiroso, mentiroso e meio", "temos que jogar o jogo deles", ... 

Como vou ter que começar a jogar o jogo deles, só para tentar reaver o que é meu por direito, comecei por fazer um bolo. Para começar a entrar no espírito... Com papas e bolos... 


 








1 comentário:

Su disse...

E a receita do bolo, não?

Quero dar uso ao meu liquidificador, e um bolo parece-me uma excelente ideia :D