domingo, 20 de março de 2016

Do(r)mingo

Hoje fui até à Boca do Inferno.
Entre tantas pessoas, apercebo-me de um casal na casa dos 60, de mão dada. Iam a caminhar lado a lado quando, repentinamente, param e dão um beijo apaixonado.
Acho sempre bonito este tipo de gesto, especialmente naquela idade, e entre duas senhoras (sim, duas senhoras!).
Fiquei a pensar no que vi durante todo o dia. Relembro a conversa que tive no jantar de sexta-feira sobre afectos e a sua demonstração. Não sou apologista de exibicionismo gratuito mas também não se pode evitar o contacto físico que por vezes é suscitado entre duas pessoas, quer seja em público ou seja em privado. Refiro-me a um "dar a mão", a um beijo, a uma carícia ... Aliás, não concebo uma relação sem tacto, sem o sentir da textura do outro, sem uma mão a percorrer o rosto, um "puxar de cintura", um beijo apaixonado, o enlace, a cumplicidade.
Associado a isto, um "amo-te", um "gostava que estivesses aqui agora", um "tenho saudades", um "quero-te"... a qualquer hora, em qualquer dia, num quotidiano que pode ser mais bonito, mais romântico, que aproxima.
Um "oferecer uma flor", um "cartão"... Tudo isto faz parte.
Tudo isto, em conjunto, que só faz sentido ser vivido num relacionamento amoroso... Em pleno, com ou sem planos, mas apenas a dois.




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