Pós Reencontro

Nos dias que se seguiram ao reencontro, enviei alguns sms, a demonstrar toda a minha solidariedade e vontade de ajudar, se fosse necessário. Todos os dias tentava colocar-lhe um sorriso no rosto. Mostrei-me totalmente disponivel e preocupada com a situação. Queria que ela estivesse bem, não gostava de a ver assim, se bem que desejei no meu intimo milhões de vezes que ela encontrasse alguém que não a fizesse feliz para perceber o que tinha perdido quando decidiu colocar um ponto final na relação. Quando a vi, ela estava infeliz, de lágrima fácil, com a autoestima nas ruas da amargura. E, milhões de vezes, nesses instantes, eu me arrependi do que outrora desejara. Não a conseguia ver assim, totalmente down. Acredito que a minha boa vontade de ajudar foi também uma forma de exorcisar os pensamentos que tivera tido durante os últimos anos.
Mas, não tinha qualquer tipo de retorno na comunicação, não me respondia aos sms, não sabia se ela estava bem ou se estava mal, queria ajudá-la, mas ela não deixava. Por vezes procurava-a numa dessas redes sociais, sei que ela se tinha refugiado nesse meio para dar asas à sua libertinagem. Cruzei-me com ela por lá, e aos poucos, percebi que tinha acabado de arranjar mais uma forma de me magoar, ainda por cima gratuitamente. Não conseguia controlar a vontade de clicar no perfil dela, ver o que escrevia, o que dizia. Tentei não forçar nada, resisti ao envio de emails, ao envio de sms. Via-a no chat uma vez. Meti conversa com ela, perguntou-me se podia ir a minha casa naquele preciso instante, após termos trocado umas breves linhas sobre o nosso feliz passado. Assustei-me, entrei em pânico, disse-lhe que não. Pela primeira vez disse-lhe: "NÃO". Deixei de a procurar, deixei de me meter com ela por tudo e por nada, por fim, desliguei-me da rede, e saí das teias que aquela aranha teceu durante anos à minha volta. Os sonhos são isso mesmo, meros sonhos.