sábado, 15 de janeiro de 2011

Prazer

Com uma diferença de 16 anos de idade, já dito anteriormente: eu, a menina. Ela, a senhora. Tinha eu 23 anos, ela 39. Parecia-me tão pouco, tão insignificante. Eu apaixonada por artes, literatura, tecnologias, ciências. Ela, não sei. Não lê, não conhece música, não vai ao cinema, de vez em quando fala em política, não cozinha, apenas se dedica a negócios. Por vezes convencia-a a irmos ao cinema, oferecia-lhe um livro, passávamos um fim de semana fora. Mas, grande parte do tempo era passado no lençóis, em casa. Dias a fio a viver aquela paixão que me consumia fisicamente. Mal me alimentava, acordávamos a qualquer hora e íamos em busca de algo aberto pelas ruas da capital onde se pudesse comer um bife, ou algo que produzisse energia após o consumo, porque precisávamos para as horas que se iriam seguir. Dia e noite, dia e noite, minutos, horas, dias, semanas... tornou-se mais que um momento, mais que uma paixão. Tornou-se um vício, uma obsessão. A nossa vida naquele eixo do tempo, em que estávamos ambas no mesmo local, resumia-se a PRAZER. E apenas a isso.

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