segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Jogo do Gato e do Rato - O fim ou um novo inicio...

Durante o jantar,fez questão de salientar que éramos apenas amigas, pelas minhas contas, mais de 10 vezes. Salientei que não queria nada com ela, nada, zero, no mesmo número de vezes, para não contrastar. Nestas coisas, temos que ser coerentes, não vá qualquer superstição falhar.
Digo-lhe que ela não passa de uma pessoa que gosta de jogar com os sentimentos dos outros. Mostra-me um ar de indignada, pede-me um exemplo. Dou vários, todos pessoais. Sem contra argumentar, diz-me que são ciúmes da minha parte e pede-me: "arranja uma namorada, precisas de uma namorada". Respondo-lhe que por mim ela pode andar com uma, cem, mil, não faz diferença o número de mulheres. Lembro-a que nos últimos seis anos não soube nada dela, e que não me fez diferença se ela viveu com uma ou com mais mulheres. Simplesmente, não quis saber. E vivi com isso, com o facto de não saber nada dela, sem ter que viver com qualquer tipo de tormenta.
Agora ía para além disso: não conseguia compreender aquela mente, não conseguia resolver aquele enigma. Dizia querer-me. Segundos depois, já dizia não querer-me.
Diz-me que sou linda, que adora isto e aquilo, mas que somos unicamente amigas. Enquanto me diz isto, coloca o pé dela entre as minhas pernas, e sorri-me mordendo o lábio. Começo a ficar vexada.
Olho em redor, só quero saber onde fica o Norte, sinto-me a naufragar, sem rumo e sem avistar algo palpável onde me socorrer.
Só penso em levantar-me e correr dali para fora. Mas, em vez disso, afasto o pé dela e digo-lhe que chega: "Chega de brincar ao gato e ao rato. I'm out!".
" - Olha para mim, ainda gostas de mim?" - questiona-me com um sorriso nos lábios.
" - Não quero falar nisso." - e olho-a nos olhos. Os meus olhos traíram-me, e ficam marejados. Ela apercebe-se e insiste:
" - Gostas de mim como sempre gostaste?"
" - Chega, não quero falar nisso!" - Respondo em tom de súplica.
Peço a conta, levanto-me para pagar. Diz-me que quer ser ela a pagar. Respondo-lhe que não. Sorri, atirando um "essa cara de miúda traquina..." Pego no casaco e na mala e saio. Ali percebi que ela nunca cederia no jogo do gato e do rato. Percebi que a magia, essa, deu lugar ao palco vazio e eu tinha deixado de gostar daquele cenário.
Entramos no carro, desta vez não combinámos jantar novamente, nem beber café. Não falámos de férias juntas, nem de fins-de-semana. Não nos comprometemos no mesmo ponto, em conjunto, na mesma agenda.
Deixei-a em casa, ofereci-lhe a face para trocarmos dois beijinhos como forma de cumprimento. Disse-lhe: "Adeus".
E desta vez, sim. Tinha fechado o circulo. Não havia mais espaço para aquela mulher, em mim. Coloquei assim um ponto final, sem espaço para reticências.

8 comentários:

Um Doce no Coração disse...

Espero que seja desta que consigas colocar o ponto final...ou melhor, fazer o luto pelo enterro da gata:)

Quando quiseres saber onde fica o norte...eu estou lá!! :)

Rainha Malvada disse...

Labios de Mel, é sempre muito doce ler os teus comments :) Obrigada. Beijinhos menos ruins.

maria carolina disse...

vitória, vitória, acabou a história?

Um Doce no Coração disse...

Não tens de agradecer :)
Os teus beijinhos"menos ruins", deixou-me mais doce e sorridente :)

Um Doce no Coração disse...

*Não tens de agradecer :)
Os teus beijinhos"menos ruins", deixaram-me mais doce e sorridente

Rainha Malvada disse...

@Maria Carolina, esperemos que a história tenha terminado, sim. Beijinhos.

@Labios de Mel, como é possível ficares ainda mais doce? Beijinhos.

Secreta disse...

Um ponto final necessário.
Beijito.

patxi disse...

tu consegues!! basat querer! mesmo!