terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pós...

Os dias que se seguiram à nossa primeira vez foram um misto de curiosidade/receio. Estava curiosa por saber o que tinha corrido mal. Acredito que tenha sido por ter fantasiado bastante esse facto, associado ao desejo e à vontade de ver realizado na prática o sentimento que nos unia, ou que eu pensei unir-nos.
Mas também me assolava uma sensação de receio. Receava que fosse sempre assim... menos bom, digamos. O pior a juntar à moldura da época, foi o facto dela dizer constantemente que tinha sido muito bom e que queria voltar a repeti-lo novamente.
Fiquei em pânico, o terror invadiu-me por completo, eu não queria voltar a repetir a experiência! Recordo-me de ter dificuldade em gerir estes sentimentos, associados à opinião que ela tinha sobre o acontecimento. Como poderia ela ter considerado o acto bom? Teria ela uns níveis de exigência tão baixos assim? Ou seria eu que era uma perfeccionista e queria o melhor? Evitei durante os dias seguintes estar a sós com ela. Mas, passados uns dias, voltou a acontecer. E, superou todas as expectativas, não foi bom, foi maravilhoso. Tinha a sensação que os nossos corpos tinham sido esculpidos à medida um do outro. Depois disso, difícil era parar. Queríamos mais, e mais, e mais... A atracção física entre nós era muito intensa, era quase impossível estarmos juntas sem nos tocarmos, independentemente do local onde nos encontrássemos, apesar de todo o pudor por parte dela. E, inevitavelmente, aconteceu. Uma, duas, três vezes...
Mais do que uma atracção, passou a ser um vício, uma obsessão.
Foi raro o dia em que não nos entregávamos sem regras durante toda a relação, mas mesmo assim... não foi o suficiente para evitar uma traição (uma pelo menos foi confessada, possivelmente existiram mais).
Havia sexo, havia desejo, mas continuava a faltar o essencial: Confiança e Amor. O meu amor não era correspondido na sua totalidade, não passava de uma boneca insuflável cujo objectivo é usar para obter prazer. Mas, mesmo assim, mesmo tendo noção da realidade, continuei a viver assim durante dois anos, por excesso de amor a outrem e por falta de amor próprio. E sempre com o meu consentimento.

1 comentário:

Um Doce no Coração disse...

Lá diz o poeta:
"o sonho comanda a vida".
Eu digo:
Nada existe de mais sublime que o amor que une os seres entre si.

Beijinhos de mel