terça-feira, 16 de setembro de 2014

25 de 90 - II Season

Hoje acordei mais carente do que o normal.
Para @s que se questionam se eu também tenho carências, a resposta é afirmativa. Sim, tenho.
Talvez seja o resultado de querer estar sozinha. Estou sozinha há um ano e meio.
Inicialmente achei que precisava mesmo, que me impunha essa solidão a bem do meu psicológico e do meu bem estar.
Com o decorrer do tempo, apercebi-me que me sentia muito melhor sozinha, sem ninguém a meu lado.
Procuro conforto nos amigos e na família e aí tenho tudo o que necessito.
A minha parte sexual, perdi-a algures. Só me lembro que tenho um órgão sexual quando tomo banho, acho...  e mesmo assim, nem sempre. O que só vem reiterar o que disse mais acima, os amigos e família dão-me tudo o que necessito a nível emocional/sentimental. Exemplo disso foi a minha partida para Luanda. Não só a minha mãe quis levar-me ao aeroporto, como também os meus melhores amigos, também a minha maior companhia do últimos meses, e a minha amiga com a sua filha, mais recente e não menos importante.

"I have a dream" - é esta a frase que utilizo para me recordar que aqui estou por um motivo maior. Se me apetece aqui estar? Não. Se estou com paciência para este filme? Não. Se está a ser difícil a minha permanência aqui? Está. Se estou feliz? Sim, continuo feliz, apesar destas dificuldades.

Hoje apetecia-me um abraço apertado, uma mão a passar-me na cabeça e um "vai correr tudo bem, o tempo vai passar rápido" e logo, logo estou em casa, novamente. Mas não há. Não foi boa ideia vir para cá nos piores meses do ano. Agosto e Setembro são terríveis a nível emocional para mim. Mas estou a esforçar-me e espero continuar a conseguir, até porque Setembro está quase a terminar.
Aqui surge a carência, o laço estreito entre @ parceir@ que partilha a vida connosco. E que não tenho. Não tenho por opção. Se bem que é uma opção limitada. Neste momento não tenho capacidade de me apaixonar, não consigo. Já tentei, acreditem. Tentei muito. Apareceram-me pessoas muito boas na minha vida nos últimos tempos, pessoas com que gostava de ter tido uma relação amorosa, mas não consegui. Não consegui passar das palavras. Estou bloqueada. A parte amorosa para mim, morreu. De algum modo, aniquilei-a. E não vejo forma de a recuperar, simplesmente acho que perdi essa capacidade. Talvez tenha amado demais. Talvez se tenha esgotado...

Por isso, transporto comigo sempre a minha almofada, pode não haver espaço para mais nada na mala de viagem, mas tem que haver espaço para a almofada. Sai um par de sapatos, sai umas calças, umas camisas, não interessa... desde que fique a almofada. A minha almofada.
Freud teria muito para dizer sobre a forma como durmo e como coloco as almofadas.
Hoje, quando acordei, e me senti carente, colei bem o rosto na almofada até aquecer. Até sentir o carinho da mesma em mim. Como se de um beijo se tratasse. Um afagar de rosto que tanto preciso. Viro, faço o mesmo no outro lado do rosto, Fico assim durante uns 5 minutos, até decidir levantar-me (e recordo-me que até para me levantar, é necessário tomar decisões).
Quero recordar este acto carinhoso da minha almofada. Este conforto que, por necessidade, vou encontrar nos objectos. Deixo aqui a imagem da minha almofada quando a abandonei na cama, hoje de manhã.



1 comentário:

Xu disse...

Deixo aquele Abraço :)